terça-feira, 22 de outubro de 2013

CARGA FRIGORIFICADA

CARGA FRIGORIFICADA
(CONGELADA OU REFRIGERADA)

1 - INTRODUÇÃO

O método da refrigeração tem como objetivo dar segurança ao armazenamento de produtos perecíveis, através de navios frigoríficos e contêineres que são as alternativas para o transporte destes produtos, cuja ação é a remoção de calor dos espaços de cargas, e mantendo-os a uma temperatura dentro do ambiente desejado.

Para evitar que haja falha no armazenamento e transporte e comprometer a qualidade dos produtos de baixa temperatura, escrevi este artigo com intuito de auxiliar todos que operam com navios e contêineres reefers.

Qualquer falha no sistema de refrigeração pode não somente comprometer a qualidade do produto, mas também promover reações químicas, bioquímicas e microbiológicas que irão influenciar na maturação, putrefação e perda do produto.

2 - CARGAS FRIGORIFICADAS, TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO.

2.1 - DEFINIÇÃO

Carga frigorificada é a carga que requer processo de refrigeração ou congelamento para conservar as qualidades essenciais dos gêneros alimentícios como carnes, peixes, vegetais, flores, frutas, produtos farmacêuticos, etc.

Qual a diferença entre uma carga congelada ou refrigerada?

Refrigerada: é a carga que passou pelo processo de abaixamento de temperaturas ficando em torno de 8ºC a -1ºC, não ocorrendo formação de cristais de gelo.

Congelada: é a carga que passou pelo processo de abaixamento de temperaturas ficando entre -10ºC a -40ºC, ocorrendo à formação de gelo.

2.2 - TRANSPORTE

No transporte de carga refrigerada podemos encontrar no modal marítimo os navios frigoríficos e os contêineres reefers, e nos demais modais câmaras frigoríficas especializadas para cada tipo de transporte, seja ferroviário, seja rodoviário em sua maioria com "genset" ou motores de refrigeração auxiliares.

Genset: são geradores para contêineres, normalmente movidos a óleo diesel.

Um navio frigorífico possui máquinas frigoríficas, sendo o princípio de funcionamento formado por um agente frigorífico que é o gás que circula por serpentinas, que ficam dispostas nas anteparas dos porões e câmaras, com redes independentes para evitar contaminação pelo cheiro.

Um contêiner refrigerado possui isolamento térmico para que sua temperatura interna seja mantida, e possui unidade refrigeradora própria que gera a temperatura desejada.
É um equipamento que se caracteriza pela resistência e facilidade de transporte de mercadorias, por um ou mais modais.

Os víveres frescos pela sua própria característica possuem uma temperatura ordinária que se decompõem em pouco tempo, caso não estejam estocadas em câmaras frigoríficas.

2.3 - ARMAZENAMENTO

As câmaras frigoríficas são compartimentos fechados, isolados termicamente e refrigerados com o objetivo de manter condições termo higrométricas. Nos navios para alcançar temperaturas muito baixas, são utilizados sistemas de serpentinas contendo um líquido chamado de "salmoura", líquido incongelável, que é arrefecido por máquina frigorífica.

Condições termo higrométricas: são condições de temperatura e umidades adequadas para cada tipo de víveres.

Nos navios frigoríficos cada compartimento está termicamente isolado do exterior, e a temperatura desejada para o transporte obtém-se por intermédio de máquina frigorífica. O mesmo processo é aplicado para o container.

No interior das câmaras frigoríficas temos alguns instrumentos de controle como: termômetros (mede o grau de temperatura), termógrafo-registrador (mede a variação e duração dessas temperaturas) e psicrômetro ou higrômetro (mede a umidade do ar).

Termógrafos: são termômetros especiais, possuem um sensor térmico e possuem uma fita onde são registradas as temperaturas de circulação do ar.


3 - PROCEDIMENTOS ANTES DE RECEBER CARGA

Antes de qualquer início de uma lavagem, os locais sejam no container, câmara frigorífica ou porão, os resíduos (varredura) devem ser recolhidos e removidos fins evitar que o processo de deterioração comece a formar causando propagação de insetos e mau cheiro.

Limpeza de porões frigoríficos: recomenda-se uma limpeza com baldeação com sabão e água doce quente com pressão para retiradas de resíduos e odores, bem como resíduos que ficam impregnados nas paredes das câmaras frigoríficas, dalas e pocetos, borracha de vedação de portas, tampas de escotilhas, etc. Os estrados devem ser removidos para uma limpeza e lavagem de produtos que ficam impregnados.
É comum também utilização de desinfetante comercial, tomando cuidado para utilização de produtos com cheiros (perfumes) fortes.
Alguns países que importam carnes e peixes costumam solicitar o uso de determinados produtos para a limpeza fins evitar proliferação de bactérias.

Limpeza de contêineres frigoríficos: recomenda-se o mesmo procedimento, dando maior ênfase para o piso dos contêineres onde é maior a retenção de resíduos de cargas entre as canaletas do piso.
Por ser de alumínio a limpeza é mais fácil, principalmente pelas paredes serem em chapas lisas.

3.1 - SISTEMA DE ARREFECIMENTO:

Como produtos vão ser transportados por vários dias é necessário que medidas de pré-arrefecimento sejam tomadas para permitir que os alimentos sejam conservados a temperaturas ideais (estabilizadas) de refrigeração pelo tempo necessário, e para isto é importante que tenhamos 2 fases;

1ª) MANUTENÇÃO SANITÁRIA (Pre-stuffing sanitation) - é necessário que seja feita uma limpeza adequada para retirada de resíduos de cargas anteriores, desobstruídos canaletas e drenos, e deixar o container sem odor, tudo isto deve ser uma prática usual de qualquer depot, para que quando for entregue ao exportador o container não apresente nenhuma evidência que possa trazer motivos para a não aceitação.

2ª) PRÉ-RESFRIAMENTO (Pre-cooling) - é essencial para remover o calor do produto antes do armazenamento e transporte, onde toda carga deve sempre ser pré-resfriada na temperatura que deverá ocorrer durante o transporte, onde o objetivo é manter a qualidade evitando deterioração. Um dos objetivos também deste sistema é evitar ou assegurar que não haja crescimento ou proliferação de micro-organismos.
Não podemos esquecer que contêineres frigoríficos são equipamentos para manter a temperatura do produto, e não para aumentar ou diminuir a temperatura.
É muito importante que o carregamento do container ocorra em instalações adequadas, onde haja um isolamento do ar quente e umidade externa penetre no container durante a operação de armazenamento. O ideal é que trabalhe num ambiente onde a temperatura da carga e ambiente seja igual, por isso recomenda-se que o container já tenha passado por um pré-arrefecimento. Quanto menos calor for evitado na entrada do container, menor formação de gelo vai ocorrer, menor condensação, o que evitará descongelamento frequente, e prejudicando a capacidade de arrefecimento.

3.2 - EMBARQUES DE PRODUTOS COM TEMPERATURAS DIFERENTES NA MESMA UNIDADE

A prática nos ensina que este tipo de procedimento deve ser evitado, cargas misturadas em temperaturas pré-arrefecidas em condições diferentes é motivo para adiantar ou acelerar o processo de maturação e perdimento.

4 - VISTORIAS E TESTES

4.1 - CONTAINERS REFRIGERADOS (Reefers):

Recomenda-se que o container seja passado por um processo de checagem - PRE-TRIP ISPECTION, onde são efetuadas vistorias visuais para verificar alguma evidência de avaria nos equipamentos tais como sistema de drenagem, evaporador, compressor, condensador, etc.; inspeção para verificação de vazamentos de líquidos e níveis de óleo; vistorias na parte elétrica principalmente nos terminais, transformadores, disjuntores, indicadores de temperatura, cabos de ligação para 220, 380, 440 V; verificação de barulhos com vibrações dos ventiladores e sistema mecânico; os extratores ou dispositivos renovadores de ar devem ser verificados para verificarem se a abertura e fechamento estão operativos, se o equipamento automático de monitoramento digital e computadorizado encontra-se funcionando adequadamente.

4.2 - PORÕES E CÂMARAS FRIGORÍFICAS:

Recomenda-se verificar se todas as anteparas e pisos estão livres de detritos para evitar que interrompem a circulação do ar, estrados danificados (quebrados) devem ser reparados, verificar vazamentos de salmoura na rede de serpentinas, avarias nos dutos de ventilação, se os ventiladores não apresentam vibração ou ruídos, checar todas as saídas de ar (exaustores) se estão com fechamento garantido, sejam tampas ou cogumelos se estão com fechamento correto sem passagem de ar, se o sistema de gás (freon usado na maioria) encontra-se com vazamento na linha do compressor, se os equipamentos de monitorização (informatizado ou manual) estão em perfeitas condições de uso, se o sistema de bombeamento de líquidos das dalas e pocetos está funcionando adequadamente.

5 - CUIDADOS NO TRANSPORTE DE CARGAS REFRIGERADAS

Navios frigoríficos, conhecidos como navios reefers, são navios que possuem espaços refrigerados para o transporte de produtos perecíveis, como alimentos, e que necessitam que a temperatura de transporte seja aplicada corretamente para prolongar a sua vida útil, tenha condições de controlar a umidade no interior, possam fazer trocas do CO2 e outros gases que podem deteriorar os produtos, sempre mantendo um ar fresco através de um sistema de ventilação.
As frutas normalmente sofrem processo de maturação, a compatibilidade da temperatura de transporte, e a atmosfera com gases pode apodrecer (deterioração) as mesmas, tendo como a umidade relativa um item de grande responsabilidade no controle.
Normalmente as cargas refrigeradas são embaladas em caixas de papelão, sendo que as frutas possuem abertura para penetração do ar frio, e devem ser arrumadas de forma que o fluxo de ar circula-as.
As câmaras frigoríficas e os contêineres possuem internamente em suas anteparas materiais de isolamento (cortiça, lã de vidro, poliuretano etc.) , no sentido de proteger contra a temperatura de diferentes condições de aquecimento, sejam por sol, mar, tanques, etc.

6 - TEMPERATURAS DE TRABALHO

As câmaras frigoríficas e contêineres são apropriados para terem suas temperaturas ajustadas para cada produto, cuja variação em container é de -30ºC a + 30ºC em navios dependerá do tipo e classe.

O transporte de produtos perecíveis muitas vezes é solicitado temperatura diferente da média que se aplica no mercado, para ilustrar este trabalho apresenta abaixo algumas tabelas.

As temperaturas de trabalho devem obedecer ao informado pelos exportadores, através de cartas de instruções.

Existem na internet diversas tabelas para consulta, mas entendo que podem ocorrer informações erradas, desta forma sempre é bom consultar o exportador.

7 - CUIDADOS COM A ESTIVAGEM

Nos porões deve ser evitada a estivagem junto com as serpentinas e nos contêineres respeitando que a última camada não exceda a linha vermelha - altura limite para empilhamento - para efeitos de recirculação do ar e arejamento da carga.

7.1 - EXPECTATIVAS DE VIDA ÚTIL - PRODUCT SHELF LIFE (PSL) - é o prazo de validade quando armazenado nas condições recomendadas, ou seja, é a duração do tempo permitido de um produto no seu armazenamento em ambiente refrigerado sem se tornar inadequado para utilização ou consumo.
Esta informação é importante para saber se o tempo da viagem não vai extrapolar o PSL, por isso recomenda-se fazer uma consulta ao exportador.

7.2 - NÍVEIS DE GASES - são importante saber dos percentuais limítrofes do O2, CO2, umidade e etileno, para evitar a maturação de cargas refrigeradas, como frutas, legumes etc., inclusive saber o número de trocas que o container deve ficar programado para fazer a recirculação da atmosfera.

8 - ALGUMAS FALHAS & ERROS QUE OCORREM NO ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DE CARGAS REFRIGERADAS

1º) Porões e contêineres desligados por longos períodos, como exemplo temos os famosos rodízios que ocorrem para atender sobrecarga de motores ou fontes de energia;
2º) Configurações de temperaturas inseridas erradas, causadas por informações incorretas, através de instruções quanto à temperatura de transporte, como exemplo a temperatura era 8ºC (fruta), ligam em -18º (carne).
3º) Incapacidade do pessoal a bordo de corrigir falhas do sistema de refrigeração, como exemplo não ter um tripulante capacitado para atender determinados reparos;
4º) Cargas embarcadas com temperaturas diferentes das cartas de transporte, como exemplo registram no sistema uma temperatura diferente daquela que o exportador informou como sendo a apropriada para o transporte;
5º) Falta de sobressalente de determinada peça de motor, não existente no kit de sobressalente existente a bordo;
6º) Cargas mal arrumadas (bloqueio)  impedindo o fluxo de ventilação;
7º) Excesso de ventilação provocando gelo no evaporador;
8º) Incorreta aplicação de intervalos de degelo (defrost), cuja configuração é manual e programada;
9º) Erro na programação da temperatura (set point) em vez de Celsius usar Fahrenheit ou vice versa;
10º) Confusão entre set point e temperatura da carga;
11º) Falha no fechamento da porta, escotilhas, deixando ou ocorrendo fresta e consequente perda de refrigeração;
12º) Falta de refrigeração nos intervalos de estivagem, aguardando chegada de carga para completar o lote;
13º) Não aplicação contínua de temperatura, mudanças de posicionamento em armazenamento de terminais;
14º) Container furados ou rasgados durante operação de embarque;
15º) Falha nos sensores de temperaturas;
16º) Incapacidade de controlar adequadamente as temperaturas ou corrigir falhas de registros;
17º) Pré-resfriamento errado ou inadequado resfriamento;
18º) Extrapolação da vida útil do produto;
19º)  Informação de condição de cheio para vazio, levando unidade para área de vazios até ser descoberto o erro.
20º) outros

9 - MEDIDAS DE CONTROLE DE TEMPERATURAS:

Qualquer carga antes de ser embarcada deve ser verificada as suas condições e temperatura, controle este que pode ser feito no cais, armazém ou no veículo transportador.
A 1ª instrução é tirar a PULP TEMPERATURE, ou seja, a temperatura do interior da carga (TEMPERATUR DA POLPA), que deve ser feita com termômetro de vareta ou espeto (normalmente usado o digital), caso a carga não esteja em condições de embarque, imediatamente deve comunicar aos responsáveis para decidir se prosseguirá ou não no embarque. Pode ocorrer de ser favorável com restrições de ficar separada, entretanto estas decisões devem ser reportadas em relatórios. O transportador deverá ter ciência porque este tipo de carga requer maiores controles de temperatura durante a viagem. Quando é feito o controle de temperaturas de embarque, é necessário também que as condições meteorológicas sejam reportadas tais como: temperatura do ar, situação do tempo (sol, céu nublado, chuvoso, etc.)
O mesmo processo deve ser realizado no porto da descarga do navio ou container.
PRE-COOLING PERIOD (PRÉ-REFRIGERAÇÃO DO COMPARTIMENTO): é a temperatura solicitada pelo embarcador, ao responsável pela estivagem, no sentido de manter a câmara dentro de uma temperatura desejada antes de embarcar a carga.
REDUCTION PERIOD (TEMPO DE RESFRIAMENTO): é o tempo decorrido desde o momento que fecha o porão, câmara frigorífica ou container até quando o ar de retorno no seu interior atinge uma temperatura de cerca de 2º acima da temperatura do ar ingresso.
COOLING DOWN PERIOD (PERÍODO DE REFRIGERAÇÃO FINAL): é o período decorrido desde o momento do fechamento do compartimento até quando a temperatura do ar de retorno torna-se equivalente à temperatura do ar ingresso expondo toda a carga à temperatura recomendada pelo embarcador.

9. 1 - CONTROLE DA ATMOSFERA: É o controle do interior do container, relacionado à vida útil do produto, de forma que possa controlar, suspender ou retardar o processo de maturação (ou deterioração), permitindo um alongamento do período permitido sem comprometer a sua integridade com a redução do gás de etileno (gás de amadurecimento).

9.1.1 - VENTILAÇÃO: é necessária para retirar o calor, o CO2 (dióxido de carbono) e os gases produzidos pela carga (Etileno), através da circulação (com ar fresco) permanente do ar interno, de forma controlada evitando excessos que podem comprometer a capacidade de refrigeração. Devem ser observadas as instruções do exportador quanto à troca de atmosfera para cada tipo de fruta, legumes, etc.

9.1.2 - UMIDADE: é superimportante o seu controle para evitar formação de desenvolvimento de fungos e bolor quando ficar alta, ao contrário quando ficar baixa corre o risco do produto perder peso e murchar. 

9.1.3 - TEMPERATURA: é importante seguir as recomendações do exportador, para evitar a maturação do produto.
9.2 - CONTROLE FITOSANITÁRIO: é o controle que deve ser feito para exterminar insetos e larvas através de aplicação de temperaturas estabelecidas pelos produtores e órgão de controles de pragas, incluindo um pré-tratamento, pre-arrefecimento correto, uso de embalagem correta, etc.

Hoje existem contêineres com tecnologia capaz de fazer o controle de temperaturas, mudanças de temperaturas programadas, mudanças de degelo, de forma automática com programação em software especializado para reefers.

10 - REGRAS DE ESTIVAGEM EM PORÕES FRIGORÍFICOS

A estivagem de carga frigorificada deve ser feita de modo que deixem um espaço de pelo menos 0,5 metros de espaço livre em cima da carga para que seja feita uma ampla circulação de ar. Para manter a temperatura o controle durante o embarque deverá ser feito com a circulação dos ventiladores comandando suas velocidades. Ventilando evitará o acúmulo de CO2.

10.1 - EMBALAGENS:
Devem ser projetadas, fabricadas de modo que os produtos sejam alimentados (receba circulação) de frio e evite maturação ou deterioração no transporte.
Pelas condições de armazenamento em pilhas ou paletizadas, elas dever ter uma estrutura capaz de suportar o manuseio, seja manual ou com empilhadeiras, nos ambientes diversos, como exemplo armazéns, container, porões, câmaras frigoríficas etc.
Por se tratar de transporte marítimo, ou mesmo em outros modais como ferroviário, ou rodoviário, elas devem ser capazes de suportarem pressões devidas à inércia de freadas, balanços do mar, etc.

10.2 - DISTRIBUIÇÕES DA CARGA
É recomendado o "block stowage", ou seja, arrumação em um único bloco sólido, não deixando espaço entre as caixas e paredes do container, o que vai causar o fluxo de ar seja direcionado para cima.
Se a carga for homogênea, a distribuição deve ser realizada da melhor forma possível sem interromper o fluxo de ar no container, sempre tendo como limite a linha vermelha. Frutas e vegetais geram calor, geram gases, desta forma é necessário que os produtos sejam arrumados em bloco (se forem caixarias) ou empilhados em forma de bloco (se forem paletes), de forma que os furos das embalagens fiquem alinhados para facilitar o acesso do ar no interior das caixas, e que possa circular verticalmente em cada lado de forma uniforme.
Não deve deixar espaços entre as caixas ou paletes, bem como todo o piso do container deve ficar coberto.
Quando o formato da embalagem não permitir uma distribuição uniforme, ficando um buraco, este buraco deve ficar centralizado no container, havendo neste caso necessidade colocar uma proteção podendo ser de madeira ou air bags.
No caso de estivagem a bordo em porões e câmaras frigoríficas, é importante que sempre busque uma estivagem que atenda: proteger o navio e a carga, aproveitar o máximo de espaço, facilitar a operação de carga e descarga, e garantir a segurança da tripulação e estivadores. A bordo pela altura ser superior ao container, deve sempre evitar colunas desalinhadas que podem provocar o colapso da carga.

AIR BAGS: é uma bolsa de ar ou almofada de ar, é um componente que pode ser de borracha ou papel, enchido por ar comprimido ou bombas específicas para tal.

11 - FACILIDADES DE USO DO CONTAINER REEFER

O container reefer refrigerado pode trabalhar em temperaturas entre -30ºC e +30ºC dependendo da necessidade de cada produto armazenado. Vários produtos podem ser transportados, sendo que podemos citar que em sua maioria são alimentos em geral como: Carnes e Derivados, Aves, Peixes, Frutos do mar; Produtos lácteos; Sementes, Verduras, legumes, Frutas, Poupa de frutas, Sorvetes; Produtos químicos e farmacêuticos, Eletrônicos, Flores e plantas, Chocolates e doces, Bebidas, outros.
O container tem a facilidade de utilização de ligação elétrica, pois possuem equipamentos de refrigeração modernos e versáteis, podendo operar em 220 v, 380 v e 440 v.
Possui controle de temperatura digital ficando à escolha do operador a regulagem que melhor atenda a sua necessidade, podendo ser programado facilmente para manter a temperatura interna entre + 30ºC e -30ºC.
Além do transporte é muito comum a aplicação de contêineres em fábrica, abatedouro, frigorífico, depósito, supermercados, restaurantes, postos avançados ou até em seus distribuidores, que o utilizam para a guarda de alimentos perecíveis.


12 - ALGUNS DEFEITOS QUE OS CONTAINERES APRESENTAM

- O container não liga - verificar o acionamento do disjuntor, falta de suprimento de energia, cabo partido, fusíveis queimados, relé térmico inoperante, etc.

- O container liga e desliga - pode ser condensador bloqueado por formação de gelo, drenos entupidos por gelo, etc.

- Portas empenadas sem fechamento correto, ou borracha com desgaste, endurecidas com marcas (permanent imprints), causam entrada de ar quente e formam gelo no evaporador, reduzindo desempenho do sistema de refrigeração, aumentando o número de degelos.

- Vibração ou empenamento das hélices dos ventiladores devido ao tempo de uso, pode causar avarias, demora na circulação do ar e prejudicar o funcionamento correto do evaporador, causando uma menor substituição do ar frio do ambiente interno pelo ar quente e úmido do ambiente externo.

13 - MEDIDAS DE SEGURANÇA

Cuidados devem se tomados para acessar locais com refrigeração, pois respirando uma atmosfera fraca de oxigênio causa inconsciência imediata e pode levar a morte, para evitar uma ampla ventilação é necessária.

Em refrigeração no passado foram usados gases refrigerantes no processo de resfriamento, gases estes que são incolores, inodoros, tóxicos, como a amônia (NH3), cloreto de metil (CH3Cl), dióxido de enxofre (SO2), o que causaram muitos acidentes em empresas industrias, residenciais e a bordo, entretanto a partir de 1926 surgiram as combinações (misturas) de gases, os famosos CFC (entre eles o R12) , mas vem sendo contestados por causarem problemas para a camada de ozônio.

A amônia foi muito utilizada em navios frigoríficos, mas é considerado de alto risco para a saúde, por ser corrosivo para a pele, olhos e pulmões.

Hoje vem sendo utilizados gases refrigerantes ecológicos, como o R 22 (Monoclorodifluorometano - mais conhecido com freon) e o R134a que é menos poluente do que freon, que é o tetrafluoretano.

Pelo lado da segurança patrimonial os contêineres devem dispor de dispositivos de segurança aduaneira (os famosos lacres), e deve atender às condições técnicas de segurança previstas pela Legislação Nacional e pelas Convenções Internacionais, que são ratificadas pelo Brasil.


14 - CONCLUSÃO

Qualquer sistema de refrigeração seja o existente no navio ou em container reefer, os usuários devem sempre executar manutenção mecânica e elétrica, de modo a manter a integridade do mesmo, diagnosticar falhas e reparar os defeitos identificados nos equipamentos, no intuito de prevenir ou corrigir problemas e aumentar a vida útil dos produtos, inspecionarem os equipamentos e acompanhar os desgastes das peças, manterem uma reposição das mesmas quando se fizer necessário, pois imprevistos acontecem, não podemos esquecer que neste sistema de transporte, sempre estará sofrendo as ações das intempéries do mar.
O conhecimento do funcionamento de um sistema de refrigeração deve ser um fator primordial para aqueles que serão os responsáveis para preservar a temperatura de cada alimento em viagem.

15 - BIBLIOGRAFIA

Trabalhos Técnicos Pesquisados

Avaliação de temperaturas em câmaras frigoríficas de transporte urbano de alimentos resfriados e congelados, Vítor de Freitas Pereira; Eduardo Castello Branco Doria; Bento da Costa Carvalho Júnior; Lincoln de Camargo Neves Filho; Vivaldo Silveira Júnior.


Importância da Cadeia de Frio na Segurança Alimentar de Produtos Congelados e Refrigerados, Daniela Pereira

Artigos do site (temas traduzidos): http://www.reefercargocare.com/cargo-operation.html 

- Características do integrado e contêineres reefer conair 

- Componentes do sistema automático de refrigeração 

- Cuidados de carga reefer - perguntas frequentes 

- Diferença entre refrigeração e sistema de ar condicionado 

- Estado de refrigerantes, solução de problemas e diagnóstico de contêineres reefer.

- Exigência de manutenção de contêineres reefer integrado 

- Manipulação de carne congelada - Fatores de risco e prevenção de perdas


- O transporte marítimo de carga refrigerada e mantê-los frescos 

- Reefer carga prevenção e danos investigação-passos que você deve tomar perda 


- Transporte de carga congelada ou refrigerada em contêineres reefer - Requisitos de recheio 

- Anotações do autor durante sua experiência a bordo transportando reefers.





Um comentário:

  1. Olá, em relação ao shelf life, um gerador ozônio no interior do container seria possível, ele aumenta em muito dias a detoriação.
    quanto a limpeza dos containers, desinfecção, como é feita?
    Obrigado
    acquaflux@gmail.com

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